Gosto demais dos Tribalistas e, ao saber que dariam um show em Curitiba no fim de agosto, na Pedreira Paulo Leminski – que eu ainda não conhecia –, compramos os ingressos há quatro meses. Duas semanas antes do evento, tive uma infecção de garganta que fez Silvia começar a relutar em ir, preocupada com minha saúde, ainda mais após Clara também adoecer. Fazia uns vinte anos que Silvia não ia lá e pensava que a acessibilidade ainda era péssima – na verdade, a Pedreira se preparou bem para receber pessoas com deficiência e, em particular, a plataforma reservada a estas é o melhor local para ver um show, desde que não chova, outra preocupação nossa. No dia do evento, o boleto do plano de saúde de Silvia pareceu indicar que um familiar seu tinha ficado sem cobertura, o que a deixou desesperada e levou dois dias para saber que não. Por tudo isso, só fomos ao show porque insisti bastante, até contra minha própria relutância, pois além de querer muito vê-lo, havia um mês que não saia de casa – situação frequente para quem tem paralisia cerebral – e detesto jogar dinheiro fora. Valeu a pena, foi um dos shows que mais curti, embora teria sido melhor se Silvia estivesse bem.

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