Minha melhor amiga e meu irmão chegaram a Curitiba em 9 e 27 de julho, respectivamente, para nos ajudar no nascimento da nossa filha. Na primeira hora do dia 29, Silvia me acordou dizendo que estava saindo muito sangue e água de seu corpo. Nossa cama é alta demais e quase me esborrachei no chão ao ir chamar aqueles – depois Silvia passou a rir disso. Ela ligou para seu obstetra que, após as contrações começarem, a mandou ir à maternidade. Trocamos de roupa com pressa controlada, meu irmão foi dirigindo o carro orientado por ela, nos perdemos e só achamos a maternidade na segunda tentativa.

O médico de plantão constatou que Silvia estava mesmo em trabalho de parto. O obstetra e a pediatra logo chegaram, tendo o máximo empenho e atenção conosco. Havia uma dúvida se eu desmaiaria se presenciasse o parto, como ocorre com grande parte dos homens. Silvia sempre quis que o visse, eu nunca a deixaria sozinha nesse momento e não desmaiei. Nossa filha nasceu duas horas depois. A pediatra constatou que esta talvez tenha uma pequena má formação no quadril e ainda não sabemos em que medida seu pequeno tamanho será um problema. Enquanto Silvia está feliz e às vezes brincando que se arrepende de ter feito laqueadura de trompas – duvido que seja mesmo brincadeira –, meu estado de espírito é mais ambivalente – ora sinto felicidade e alegria, ora apreensão e medo, e meu nível de stress está bem alto, talvez por me ressentir de poder cuidar tão pouco das duas diretamente.

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