Amanhã, íamos passar uma semana em Recife, viagem que foi marcada em março e que tivemos de cancelar porque quase todos adoecemos, inclusive Silvia, e por vários problemas com meus pais e irmãos. Fiquei bem triste.

Ao ser colocada no berço para dormir, em geral Clara passa um bom tempo balbuciando, rolando, brincando de dar os pés para eu acariciar, etc. No entanto, na noite do dia do cancelamento ela foi logo se aquietando para dormir, três ou quatro vezes achei que ela tinha caído no sono, mas quando tentava sair do quarto a ouvia falar "papai, papai, papai..." e tinha de voltar. Só consegui que Clara dormisse quando vi que estava percebendo minha angústia e tratei de me acalmar.

Como não imaginava que uma bebê de um ano e dez meses pudesse ser tão sensível ao estado emocional do pai, narrei o episódio no grupo do WhatsApp sobre Clara. Sua madrinha – uma fonoaudióloga que é uma das minhas melhores amigas e já trabalhou e estudou muito sobre bebês – ressaltou a sensibilidade não de Clara, mas a minha, dizendo que muitos pais não percebem que suas emoções afetam seus bebês.

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