Ontem, fiz um ecocardiograma de rotina acompanhado por Silvia. Fui atendido 45 minutos após o horário marcado, o que nos preocupou de voltar para casa a tempo de aprontar Clara para ir ao berçário. Quando fui chamado, a enfermeira passou a fazer uma série de perguntas idiotas visivelmente na suposição de que tenho deficiência cognitiva – todas foram dirigidas a Silvia sem dar uma palavra comigo. Resolvi encerrar aquelas perguntas e poupar nosso tempo dizendo com a prancha de comunicação “sou o marido dela(de Silvia)” – num instante, a enfermeira fez uma expressão de embaraço, calou-se, foi fazer seu trabalho e comecei a rir. Durante o exame, esta só falava comigo usando diminutivos, como se eu fosse uma criança, e fiquei contendo o riso para não cair na gargalhada. Às vezes, acho hilários os estereótipos e preconceitos sobre quem tem paralisia cerebral.

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